24 de julho de 2011

Deixa-me seguir

Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...

Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...

Toda a tristeza dos rios
É não poderem parar!



Mário Quintana

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