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Chove lá fora, e aqui, mano, aqui não chove, graças à Deus... Tem muita casa por aí em que está chovendo, mas aqui, não chove, graças à Deus. Mas e aí, e na casa de quem chove. O que desta informação me diz respeito: pergunta-se o famoso “o que que eu tenho a ver com isso”?
Nossa caminhada nesta terra é custosa! Horas de seca intensa, momentos de chuva que inunda tudo, incêndios que destroem casas, plantações, florestas, tempos de chuva que fazem perder as safras... O suado pão de cada dia pra todos custa muito de um jeito ou de outro: Pra uns custa o trabalho pesado, começado cedo, nem sempre bem remunerado... Pra outros, pra quem “olhando daqui”, parece que não custa porque já vem de berço, custa falta de sentido, de alegria, de prazer, de amor. E a pergunta, que pelo menos pra mim é recorrente é: “Pra que diabos isso?”, Porque este sofrimento todo? Chove lá fora, a criança chora de fome, de frio, de febre, meu time perde, quem alguém quer já não quer este alguém.
Tem um ditado árabe que pergunta: “Persistindo o prazer, o prazer persiste?” Nesta antiga indagação que nossa espécie pelos milênios conquistou, talvez resida parte importante da explicação pras nossas pelejas: A dor (parece ser) necessária pra que demos valor ao prazer.
E nos darmos as mãos é necessário pra que demos valor à oportunidade de partilharmos a experiência riquíssima de convivermos, nós todos juntos, neste nosso tempo do mundo!
Minha intenção não é aqui “fechar” uma resposta! Porque eu também (acreditem, intensamente) procuro por ela. O que quero é dividir, e quem sabe, receber Luz pra encontrar com ela. Mas algumas certezas vão se cristalizando:
- A entrega alegre e despojada ao trabalho é que gera a alegria de colher os resultados esperados, e gera o trabalho que faz diferença pra nós, e pros que estão ao nosso redor;
- A entrega nos relacionamentos amorosos é que gera o prazer transcendente, que pode chegar a satisfazer nossas almas sequiosas pela alegria, que sabemos, está “em algum lugar”;
- A entrega ao sentimento de fraternidade é que pode gerar um tempo de menos violência e mais gentileza entre nós!
E olha que continua a chover lá fora. Graças a Deus.
Por Chico Nogueira
A última ceia,
Salvador Dalí - 1955
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