16 de novembro de 2011

aquieta

Aquieta

isso do silêncio e do estático, de parar por 2 minutos que sejam, dessa vontade que, imóvel, conseguir suspender também os pensamentos e o coração. Em instantes de entremeios, aquietar a boca sedenta da busca da alma. De saciar, por três minutos que sejam, a voracidade do espírito. De fazer dormir, aqui e agora, a constante pulsante de desejar. De suavizar, por quatro minutos que sejam, a asperidade das arestas. De, neste instante, encontrar-me quieto, absolutamente quieto por dentro.

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2 de novembro de 2011

Somos adultos demais




Às vezes penso que foi tudo em vão
Parei pra pensar tantos anos depois
Se lembra quando éramos mais jovens, e tudo parecia ser mais fácil?
Acho que crescemos demais
Aconteceu o que temíamos, não vamos mais nos entender
Se foi a Natureza ou o Sistema, só o tempo dirá

Vou seguir meu caminho, lutar pelo o que insisto em acreditar
Vou tentar entender o seu
Desculpe dizer isso, mas parece que você se vendeu
Mas que te traga paz, leveza e força pra continuar
A vida é mesmo estranha, nada é mais para sempre

Espero um dia poder sentar ao seu lado
E gordos e conformados podermos rir
Que nossos questionamentos não tenham sido em vão
Espero que algo tenha mudado até, então
Somos adultos demais
Caminhos opostos e individuais
Tempo de crise e muita confusão
Queria lutar junto com você... mas parece que não

Se canto esta canção, é porque ainda tenho fé
Se o sorriso é tão forçado, é porque não estou em paz nem ao seu lado
Se não sentimos nada, devemos tentar viver
E se o sistema nos separou, tentar nos entender
E continuar a acreditar que o (pior) é dialogar
Mesmo de longe, te evitando, te considero um irmão
Se tenho dúvidas demais, por isso escrevo esta canção.


CANÇÃO PARA AMIGOS
dead fish

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1 de novembro de 2011

P A X > E T > A M O R


A vida é meio maluca. Lê-se um rascunho aqui, escuta-se um refrão ali e nada é completo. Parece como que estes tempos modernos trouxeram pelo braço a incompletude e tudo veio em mil-e-muitas partes. É muito fácil e cômodo obter partes de informação, trechos de algo maior que nunca é descoberto por completo. Fico sempre com a sensação de que o que sinto é incompleto, raso e aguado. Pseudo-sentires. Que os porquês que meus sentidos aguçados captam são meros meios-porquês. Um vazio incondicional que raras vezes é preenchido. Só naquela gargalhada profunda e sincera com uma grande besteira que, em meio a amigos reunidos, seu amigo solta. Naqueles raros momentos em que parece existir um Deus, Força Maior, Luz - ou como você queira chamar, capaz de dar sentido a esta rotina de dias. Ou naquele sentimento que, vez ou outra, parece emergir à superfície do coração, que ultrapassa os objetivos que sempre temos para cada ação, e simplesmente se revela como algo sem sentido, apenas sendo. Ou naquele Sol que se vê firme no horizonte num fim de tarde amarelado, em meio à temperatura perfeita pro corpo, com iluminação digna de ouro em Cannes. Num texto que te dá um choque e te faz compreender algo que você tava pensando há muito tempo. Num ensino digno de reverência. Ou num Van Gogh. No horizonte. Música. Amor. Violino. Eureka. Réveillon. Estes estados de percepção deveriam ser mais comuns. Ou não, vai ver a raridade é o combustível do prazer.

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pensamento //

Meu conceito de jardim determina o que é praga ao redor de mim. // Afonso de Sant'Ana

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