1 de novembro de 2011

P A X > E T > A M O R


A vida é meio maluca. Lê-se um rascunho aqui, escuta-se um refrão ali e nada é completo. Parece como que estes tempos modernos trouxeram pelo braço a incompletude e tudo veio em mil-e-muitas partes. É muito fácil e cômodo obter partes de informação, trechos de algo maior que nunca é descoberto por completo. Fico sempre com a sensação de que o que sinto é incompleto, raso e aguado. Pseudo-sentires. Que os porquês que meus sentidos aguçados captam são meros meios-porquês. Um vazio incondicional que raras vezes é preenchido. Só naquela gargalhada profunda e sincera com uma grande besteira que, em meio a amigos reunidos, seu amigo solta. Naqueles raros momentos em que parece existir um Deus, Força Maior, Luz - ou como você queira chamar, capaz de dar sentido a esta rotina de dias. Ou naquele sentimento que, vez ou outra, parece emergir à superfície do coração, que ultrapassa os objetivos que sempre temos para cada ação, e simplesmente se revela como algo sem sentido, apenas sendo. Ou naquele Sol que se vê firme no horizonte num fim de tarde amarelado, em meio à temperatura perfeita pro corpo, com iluminação digna de ouro em Cannes. Num texto que te dá um choque e te faz compreender algo que você tava pensando há muito tempo. Num ensino digno de reverência. Ou num Van Gogh. No horizonte. Música. Amor. Violino. Eureka. Réveillon. Estes estados de percepção deveriam ser mais comuns. Ou não, vai ver a raridade é o combustível do prazer.

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Um comentário:

  1. Esses momentos de plenitude acabam por vir quando não se busca nada, não se espera nada. E são justamente eles que dão sentido às nossas buscas e esperas...

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